Virado à Paulista, aprenda como fazer virado a paulista o mais antigo prato puro-sangue da cozinha paulista, o virado, que foi criado na época das entradas, bandeiras e monções, no Brasil Colônia.
Receita de Virado à Paulista, aprenda como fazer virado a paulista o mais antigo prato puro-sangue da cozinha paulista, o virado, que foi criado na época das entradas, bandeiras e monções, no Brasil Colônia.A receita atual manda refogar o feijão já cozido em cebola, alho e gordura; acrescenta-se sal e um pouco do próprio caldo do feijão ou de água; mexe-se com farinha de milho ou de mandioca; serve-se acompanhado de bisteca ou costeleta suína frita; linguiça frita; banana empanada e frita; ovo estrelado, de preferência com a gema mole; couve cortada em tiras e refogada na gordura; torresmo feito na hora, ruidosamente crocante; e arroz. Na prática, o virado é uma refeição completa.Como fazer Virado à Paulista, Rendimento de 4 porções com Tempo de preparo de 30 Minutos
Tempere as bistecas com, o suco de limão, sal e pimenta-do-reino
frite em uma frigideira.
Para o Tutu de Feijão
Bata o feijão no liquidificador, com a cebola, o colorau, cominho, farinha de mandioca, e água.
Em uma panela refogue o alho, junte os ingredientes batidos.
Em uma frigideira frite a linguiça, o bacon, e acompanhe o tutu.
Para a Couve
Refogue o alho na manteiga,
junte a couve deixe,
murchar e acerte o sal.
Para a Banana Empanada
Divida as bananas em três partes, passe da farinha de trigo, no ovo e na farinha de rosca.
Frite em óleo quente.
Para a Montagem
Em um prato, sirva a bisteca acompanhada, do tutu, com o arroz, a couve, a banana, um ovo frito,
decore com pimentas dedo-de-moça.
Notas
ObservaçõesDeve ter influência portuguesa, mas não há receita lusitana que se pareça com ele. Lembra vagamente o bife com ovo a cavalo, porém este surgiu mais recentemente, nos cafés de Lisboa.Os paulistas se deleitam com a “sustança” e o sabor de seu prato tradicional. Alguém já estimou em 500 mil o número de virados preparados semanalmente só na capital do Estado.Surgiu espontaneamente, para alimentar os bandeirantes, como denominamos os membros das entradas, bandeiras e monções. Em suas expedições, eles carregavam junto com lanças, terçados, alfanjes, arcabuzes e bacamartes, farnéis repletos de feijão cozido, habitualmente sem sal, para não endurecer, farinha de milho (a de mandioca só começou a ser produzida em escala apreciável em São Paulo no século 18), carne-seca e toucinho. Com o chacoalhar da andança, os ingredientes ficavam virados ou revirados (daí o virado). Comiam frio ou aquecido.O cronista enogastronômico Sérgio de Paula Santos, no livro Memórias de Adega e Cozinha (Editora Senac São Paulo, SP, 2007), lembra que a mais antiga referência documental ao virado data de 1602, quando Nicolau Barreto realizou a famosa expedição aos atuais territórios do Paraguai, Bolívia e Peru. Documentos históricos não faltam. O explorador Francisco José de Lacerda e Almeida, em seu Diário da Viagem Pelas Capitânias… (Typographia de Costa Silveira, São Paulo, 1841), saboreou o prato em 1788 e o chamou de guisado, qualificando-o de “o melhor do mundo”.A folclorista Maria de Lourdes Borges Ribeiro, no livro Na Trilha da Independência (Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro, Rio de Janeiro, 1972), conta que d. Pedro I, na viagem do Rio de Janeiro a São Paulo, na qual deu o Grito do Ipiranga, comeu virado a 17 de agosto de l822 na Fazenda Pau d’Alho, de São José do Barreiro, Vale do Paraíba.No cardápio semanal paulista, consagrado nas casas senhoriais do século 19 e transferido para os restaurantes populares dos séculos 20 e 21, o virado é o prato oficial da segunda-feira. Além de seguir a tradição, tem a vantagem de aproveitar sobras do fim de semana. Terça é dia de dobradinha, quarta de feijoada, quinta de rabada, sexta de peixe e sábado se repete a feijoada.Os bandeirantes levaram o virado para Minas Gerais, onde o prato se converteu no tutu à mineira. O Estado vizinho ainda era região a desbravar quando isso aconteceu. Portanto, a receita mineira tem ascendência paulista. Mas há uma diferença importante. “O uso mineiro mais frequente do tutu é com feijão moído, não em grãos, como o virado”, observa o historiador Ricardo Maranhão, especialista em história da gastronomia e professor da Universidade Anhembi Morumbi, de São Paulo.Há uma investigação a fazer. Até que ponto a cozinha bandeirante influenciou a mineira? Ricardo Maranhão, por exemplo, sustenta que o lombo de porco com tutu também é paulista.
Deve ter influência portuguesa, mas não há receita lusitana que se pareça com ele. Lembra vagamente o bife com ovo a cavalo, porém este surgiu mais recentemente, nos cafés de Lisboa.
Os paulistas se deleitam com a “sustança” e o sabor de seu prato tradicional. Alguém já estimou em 500 mil o número de virados preparados semanalmente só na capital do Estado.
A receita atual manda refogar o feijão já cozido em cebola, alho e gordura; acrescenta-se sal e um pouco do próprio caldo do feijão ou de água; mexe-se com farinha de milho ou de mandioca; serve-se acompanhado de bisteca ou costeleta suína frita; linguiça frita; banana empanada e frita; ovo estrelado, de preferência com a gema mole; couve cortada em tiras e refogada na gordura; torresmo feito na hora, ruidosamente crocante; e arroz. Na prática, o virado é uma refeição completa.
Receita de Virado à Paulista
Rendimento de 4 porções com Tempo de preparo de 30 Minutos
Ingredientes Para a Bisteca
4 bistecas de porco
Suco de 2 limões
Sal e pimenta-do-reino a gosto
Para o Tutu de Feijão
2 xícaras (chá) de feijão cozido e frio
1½ xícara (chá) de água
¼ xícara (chá) de farinha de mandioca crua
2 dentes de alho amassados
½ cebola picada
100 gramas de bacon picado
1 gomo de linguiça cortado em rodelas
Sal, azeite, cheiro-verde e cominho a gosto
Para a Couve
1 maço de couve
1 dente de alho amassado
1 colher (sopa) de manteiga
Sal a gosto
Para a Banana Empanada
4 bananas-nanicas
100 gramas de farinha de trigo
200 gramas de farinha de rosca
2 ovos batidos
Para Acompanhar
Arroz branco a gosto
4 ovos fritos
1 pimenta dedo-de-moça fatiada
Modo de Preparo Para a Bisteca:
Tempere as bistecas com, o suco de limão, sal e pimenta-do-reino, frite em uma frigideira.
Para o Tutu de Feijão
Bata o feijão no liquidificador, com a cebola, o colorau, cominho, farinha de mandioca, e água.
Em uma panela refogue o alho, junte os ingredientes batidos.
Em uma frigideira frite a linguiça, o bacon, e acompanhe o tutu.
Para a Couve
Refogue o alho na manteiga, junte a couve deixe, murchar e acerte o sal.
Para a Banana Empanada
Divida as bananas em três partes, passe da farinha de trigo, no ovo e na farinha de rosca.
Frite em óleo quente.
Para a Montagem
Em um prato, sirva a bisteca acompanhada, do tutu, com o arroz, a couve, a banana, um ovo frito, e decore com pimentas dedo-de-moça.
Observações
Surgiu espontaneamente, para alimentar os bandeirantes, como denominamos os membros das entradas, bandeiras e monções. Em suas expedições, eles carregavam junto com lanças, terçados, alfanjes, arcabuzes e bacamartes, farnéis repletos de feijão cozido, habitualmente sem sal, para não endurecer, farinha de milho (a de mandioca só começou a ser produzida em escala apreciável em São Paulo no século 18), carne-seca e toucinho. Com o chacoalhar da andança, os ingredientes ficavam virados ou revirados (daí o virado). Comiam frio ou aquecido.
O cronista enogastronômico Sérgio de Paula Santos, no livro Memórias de Adega e Cozinha (Editora Senac São Paulo, SP, 2007), lembra que a mais antiga referência documental ao virado data de 1602, quando Nicolau Barreto realizou a famosa expedição aos atuais territórios do Paraguai, Bolívia e Peru. Documentos históricos não faltam. O explorador Francisco José de Lacerda e Almeida, em seu Diário da Viagem Pelas Capitânias… (Typographia de Costa Silveira, São Paulo, 1841), saboreou o prato em 1788 e o chamou de guisado, qualificando-o de “o melhor do mundo”.
A folclorista Maria de Lourdes Borges Ribeiro, no livro Na Trilha da Independência (Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro, Rio de Janeiro, 1972), conta que d. Pedro I, na viagem do Rio de Janeiro a São Paulo, na qual deu o Grito do Ipiranga, comeu virado a 17 de agosto de l822 na Fazenda Pau d’Alho, de São José do Barreiro, Vale do Paraíba.
No cardápio semanal paulista, consagrado nas casas senhoriais do século 19 e transferido para os restaurantes populares dos séculos 20 e 21, o virado é o prato oficial da segunda-feira. Além de seguir a tradição, tem a vantagem de aproveitar sobras do fim de semana. Terça é dia de dobradinha, quarta de feijoada, quinta de rabada, sexta de peixe e sábado se repete a feijoada.
Os bandeirantes levaram o virado para Minas Gerais, onde o prato se converteu no tutu à mineira. O Estado vizinho ainda era região a desbravar quando isso aconteceu. Portanto, a receita mineira tem ascendência paulista. Mas há uma diferença importante. “O uso mineiro mais frequente do tutu é com feijão moído, não em grãos, como o virado”, observa o historiador Ricardo Maranhão, especialista em história da gastronomia e professor da Universidade Anhembi Morumbi, de São Paulo.
Há uma investigação a fazer. Até que ponto a cozinha bandeirante influenciou a mineira? Ricardo Maranhão, por exemplo, sustenta que o lombo de porco com tutu também é paulista.
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